quinta-feira, novembro 28, 2002

Panamericana


Como meu portfólio é minimalista encontrei essa matéria sobre música minimalista.

Arpejos Minimalistas
Márcio Okayama


Em geral, a associação da guitarra elétrica com a música erudita fica explícita no seu vínculo com a música dos períodos barroco e clássico, muito propagada por Richie Blackmore, Greg Howe e, recentemente, Yngwie Malmsteen, cuja linguagem deriva das obras de compositores como Bach, Vivaldi e Paganini.
Todavia, os vínculos entre universo erudito e o repertório a que estamos habituados são mais profundos. A música erudita, desde a Renascença, criou relações contrapontísticas, harmônicas, desenhos melódicos e formas musicais que são a base da maior parte da música que ouvimos e criamos no ocidente. Até mesmo uma forma de música recente e sofisticada como o jazz bebeu na fonte erudita. Prova disto é a paixão do saxofonista Charlie Parker - que influenciou a linguagem e o enfoque do jazz contemporâneo - pela obra de Igor Stravinski.
Uma fonte inusitada de idéias para guitarristas é o compositor minimalista Philip Glass, um dos nomes que encabeçou a corrente da música minimalista no início da década de 70. Elementos da música de Glass podem ser encontrados, por exemplo, na pirotecnia do Cachophony, no incrível Reeves Gabriel - da banda de David Bowie - no inusitado David Torn e também no virtuose Steve Stevens , que declarou fazer uso da repetição de frases em seus solos para obter um efeito semelhante ao das obras de Glass.
A repetição de idéias é o principal gancho à identificação do minimalismo. Todavia, seu processo de composição não é tão simples, envolvendo uma série de ferramentas como a acentuação de motivos em massa, sua disposição em camadas de vozes ou instrumentos e seu deslocamento para criar texturas próximas a cânones.
Tentando manter a sonoridade geral que permeia a obra de Glass, sugiro este pequeno estudo sobre arpejos, similar a formatos usados por Marty Friedman. O interessante é explorar as diversas formas de articulação - palhetada alternada, sweep e ligados, como parecer mais adequado. Desta forma, terão várias cores para pintar seus ?quadros? minimalistas. Atenção nos dois últimos arpejos, que possuem saltos ao estilo Nuno Bettencourt e Paul Gilbert.
Estudem sem exagero. Lembrem-se de que técnica (como vimos na fantástica mega-lição de Matt Blackett, na edição passada), depende de critério, limpeza, e muito metrônomo em cima. Além do mais, o efeito hipnótico deste estudo pode gerar um transe extra-sensorial (brinca-deirinha!!).

veja a partitura.

fonte: Guitar Player

Um comentário:

RenatoLAB disse...

Estou fazendo um levantamento sobre música minimalista, valeu!