Não obrigado!

A ALCA E O MODO DE VIDA AMERICANO
Por Vanderlei Pequeno Teixeira

Os efeitos da implantação da ALCA, da forma pretendida pelos
americanos do norte, serão devastadores sobre as economias do restante
do continente. Quito, palco da negociação, deverá ser invadida por
militantes de boa vontade de todo o mundo. O modo de vida americano
é privativo dos filhos do Tio Sam.

Collor e Fernando Henrique ganharam nota "onze", em dez, no trabalho
de casa. Desestatizaram empresas e flexibilizaram as leis trabalhistas,
preparando o terreno para que o projeto dos ricos americanos e das
empresas que dele virão para o Brasil possa estar livre de qualquer
controle, regulação ou regulamentação. Com isso a nossa Justiça do
Trabalho vem, pouco a pouco, sendo minada.

As Comissões de Conciliação Prévia, as terceirizações, os estágios
maquiados, os Contratos Temporários de Trabalho e o Banco de Hora
legalizaram e protegeram a super exploração do trabalho; obstaram as
possíveis complicações judiciais trabalhistas, dando segurança, trânsito
livre e hegemonia ao capital.

E o desemprego, a partir dessas injunções políticas, menos que um
problema conjuntural, passou a funcionar como uma eficiente
ferramenta de dominação capitalista. A conseqüência recaiu também
sobre os Sindicatos que se viram gessados, sem capacidade de mobilizar
os trabalhadores. O mundo dos que produzem passou a viver sob a
égide do medo, porque, afinal, há milhões na fila de espera. Força de
trabalho virou sinônimo de mercadoria farta, regida pela elementar lei
da oferta e da procura.

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