quarta-feira, junho 12, 2002

Atuações


por Carlos Castelo Branco da revista Caros Amigos

Enquanto no Primeiro Mundo come solta a Copa do Mundo, no Bananão, continua rolando - como bem poderia ter assinalado o velho Stanislaw - o Febeapin: Festival de Besteiras que Assola Pindorama.
O time não muda. Não escalam o Romário. E o risco-país, armado por Brasília numas de aterrorizar os eleitores, pode fazer os investidores internacionais riscarem a gente do mapa.
Diante disso, com a permissão dos notáveis Juca Kfouri e Jorge Kajuru, tomo a liberdade de fazer o meu début na crônica esportiva.
Vai que é sua, povo brasileiro!

Fernando Henrique: capitão do time. Vem sendo protegido pelo técnico do Brasil há várias temporadas. Conhecido por sua catimba em campo, costuma se fingir de morto no meio da partida. Com sua conhecida malandragem, já prejudicou muitos adversários, entre eles, os maranhenses José Ribamar e Murad.
Em outubro, seu contrato vence. Deve ir para o banco. Santander ou Citibank. Nota zero.

Malan: a estrela do futebol globalizado. O exemplo da disciplina tática. É beque, mas quando o técnico manda, joga até de vendedor de hot dog na geral.
Com sua experiência internacional, poderia ir para o PSV da Holanda, mas atuaria melhor pela CPMF de Brasília. Nota zero.

Fraga: conhecido pela alcunha de Porco, ainda não se habituou a jogar nas condições brasileiras, se dando melhor com as características de Davos, onde atuou como lateral-direito, ponta-direita, meia-direita e bandeirinha à direita do campo. Tem sido muito criticado em Brasília, mas é um consenso em Washington. Nota zero.


Parente: apagado. Nota zero.

Serra: substituto favorito do técnico na saída de Fernando Henrique no segundo tempo. Ainda não conseguiu mostrar sua estratégia. Toda vez que sai de campo, ao fazer o exame antidoping, é vetado para a próxima partida por excesso de medicamentos.

Enéas: tem uma bomba fantástica. E só. Sem nota.

Ricardo Sérgio: fazendo tabelinha com Serra é insuperável. Rouba como ninguém e deixa o campo limpo para os companheiros caírem matando em cima das sobras. Nota zero.

Dotô Geraldo: médico como Sócrates, entrou no lugar de Covas e enterrou o time. Nota zero.

General Cardoso: perfeito na ligação do Planalto com a Embratel, a Telefônica e a ATT. Magistral na quebra de sigilos, divino na marcação cassetete-corpo dos inimigos, criou a famosa jogada "araponga": uma espécie de "sem-pulo" no cocuruto dos sem terra. Nota zero.

Maciel: perdido em campo, apelou mais uma vez para as pescoçadas. Nota zero.

Paulo Henrique: herdeiro do estilo Fernando Henrique de jogar Quando não lhe passam a bola, chama a mãe. Nota zero.

Diretor Técnico: o FMI seguiu controlando o Brasil com mão forte. Procurou jogar pelo empate em todas as oportunidades. Xingou Fernando Henrique, chamou Malan no saco, ameaçando fazer o que fez com a Argentina.
Mesmo assim, a qualquer momento, a torcida pode pular o alambrado e bater no escrete tucaninho. Nota preta.

Carlos Castelo Branco é autor do livro O Caseiro do Presidente (Nova Alexandria) e Guia de Sobrevivência no Brasil (Matrix).
Site: www.carloscastelobranco.com.br

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